sábado, 12 de junho de 2010

Recomeço

Tudo na vida acaba, até mesmo ela própia. Isso já nos é ensinado - eu diria até lançado e esfregado em nossas faces pela vida - desde pequenos.
Mas, poucas são as coisas que concedemos uma segunda chance, um recomeço.
Um recomeço, nunca terá o caráter extraordinário, surpreendente e excitante do novo. O recomeço nada mais é que um novo começo mais insípido. Ele sempre será expectável, e até mesmo monótono
Mas a expectabilidade tem seus contras e seus pros. Ela fornece segurança daquilo que nos esta sendo apresentado, e permite prever o futuro daquilo que é conhecido. Menos excitação mais estabilidade.
Aqueles com o espírito aventureiro, e com a alma inquieta defendem que a vida é muito curta para empacar na repetição de uma experiência, que existe um leque infinito de oportunidades e sensações a serem experimentadas e testadas. Se põem contra ao recomeço, por pensar não mais valer a pena um caminho conhecido e infrutífero, ou na maioria das vezes, não frutífero suficiente em comparação as possibilidades de outras rotas.
Mas ser surpreendido quanto aquilo que já é esperado não é tremendamente e avassaladoramente (permitam-me a redundância frente tamanha abundância) superior ao invés daquilo que nada se espera?
O porém é que quando nada se espera, a surpresa é constante e quase uma companheira. Quando muito se sabe, e a espera é concreta, ser surpreendido não se pode ser cobrado, pode se tornar inútil e uma infeliz esperança. Uma eterna espera quanto a um redentor que faça tudo valer a pena, mas que pode nunca aparecer.
Por isso o recomeço sempre pede uma aposta alta, ou mais tudo ou menos nada, o recomeço é um voto de confiança a um mesmo caminho, acreditando que ele gerará frutos que nunca gerou. Acusa-se que o recomeço é ato para covardes sem coragem de mergulhar no novo, mas na realidade covardes são aqueles que não são capazes de trilhar uma estrada em que deve se esperar o improvável.